Questão Brexit: o que muda para a Irlanda

Brexit é o apelido dado por jornais europeus para a importantíssima questão que vem sendo discutida no continente nos últimos meses: se o Reino Unido deve ou não deixar a União Europeia. Em 23 de junho, cidadãos britânicos votarão a questão em plebiscito, enquanto o restante dos países acompanha as campanhas pró ou anti-saída com apreensão. A Irlanda, obviamente, é um deles. Mas o que muda para os irlandeses?

É preciso entender os motivos que levaram os britânicos a ir de encontro com a União Europeia: basicamente, o Reino Unido vê com reserva o livre trânsito de pessoas, com implicações relacionadas a imigração, segurança e benefícios sociais, estendidos a todos os cidadãos europeus. Um acordo recente deu maior autonomia aos britânicos, o que é visto com ressalva no restante do continente, criando um temor de que outros países também exijam exceções aos termos em comum, criando uma espécie de “União Europeia a la carte”.

A relação entre Irlanda e Reino Unido é diferente da cultivada pelos britânicos com o restante dos países. Talvez pelos irlandeses só terem conseguido a independência em 1921, atualmente eles têm muitos benefícios no Reino Unido: podem ficar indefinidamente, têm direito a voto, podem utilizar o sistema público de saúde, entre muitos outros. De acordo com especialistas, no entanto, a Irlanda pode ganhar ainda mais se a decisão no plebiscito for pela saída da União Europeia.

A expectativa, de acordo com o jornal Irish Times, é de atrair mais de €6 bilhões em investimentos internacionais. Alguns bancos inclusive já moveram parte de suas operações de Londres para Dublin, O mesmo pode ocorrer com diversas outras empresas, com realocação de pessoal e estrutura. Embora o balanço geral de uma eventual saída do Reino Unido seja ruim para a União Europeia, há pontos positivos para países como a Irlanda, que seria o principal país do bloco com o inglês como língua oficial.

De maneira indireta, há benefícios também para intercambistas e pessoas que planejam tentar a vida na Irlanda. A economia pode melhorar e haverá mais oportunidade de emprego. Os impactos dessa decisão serão conhecidos assim que ela for tomada, em 23 de junho.

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